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Nada de incêndio na fábrica! Esta é a verdadeira história do 8 de março

O Dia da Mulher é uma data política, que vem da luta de mulheres operárias e não da morte passiva

por LAIS MODELLI

Zetkin, a mulher que sugeriu a criação do Dia Internacional da Mulher. Foto: Arquivo

Há séculos, alimenta-se a ideia de que o 8 de março, Dia Internacional da Mulher, teria surgido por causa da morte de 130 operárias carbonizadas em um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em 1911.

Intelectuais feministas, contudo, afirmam que essa versão trágica do surgimento da data, em que mulheres morreram de forma passiva enquanto trabalhavam, abafa a história de luta e mobilização das mulheres operárias do final do século 19, que se organizavam contra governos e patrões por melhores condições de trabalho.

A principal teórica no Brasil a trabalhar o tema do 8 de março é a socióloga Eva Blay, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e coordenadora do USP Mulheres. Blay explica que a criação da data foi motivada “por fortes movimentos de reivindicação política, trabalhista, greves, passeatas e muita perseguição policial”, e não somente pela morte de dezenas de mulheres exploradas pelo capital.

Segundo ela, desvincular o 8 de março, hoje considerado um dia festivo e capitalista – em que patrões e empresas insistem em “presentar” funcionárias com maquiagem, flores e serviços em salões de beleza – da luta de operárias por melhores condições de trabalho, é uma maneira de apagar a o protagonismo das mulheres em sua própria história social e política.

8 de março: uma data política

Segundo a socióloga Flávia Rios, professora da Universidade Federal do Goiás e coordenadora do Simpósio “Relaciones Raciales y de Género: Identidad, Interseccionalidad y Movimientos Sociales”, o incêndio em Nova York faz parte da história de luta das mulheres, mas como contexto, não como fator único de criação do 8 de março.

“No incêndio, morreram operárias num contexto em que feministas e trabalhadoras faziam forte mobilização pela igualdade na política e por melhores condições de trabalho”, explica Rios.

A própria versão do incêndio é confusa. A mais conhecida diz que, em 1911, cerca de 600 mulheres e homens trabalhavam na fábrica têxtil Triangle Shirtwaist Company quando as chamas começaram. Naquela época, os trabalhadores eram trancados nas fábricas e os relógios eram cobertos, para não terem noção de quanto tempo haviam trabalhado. As péssimas condições, com vários retalhos de tecidos espalhados pelo chão do lugar,  ajudaram o fogo a se espalhar rapidamente, matando 125 mulheres, de 13 a 23 anos, e mais 21 homens, enquanto trabalhavam.

O episódio causou comoção nacional e, no dia do funeral, 100 mil pessoas compareceram ao local. O terreno em que funcionava a Triangle Shirtwaist Company hoje é a Universidade de Nova York.

Uma outra versão diz que o incêndio aconteceu no século 18 e o fogo teria sido proposital. O objetivo era o de matar trabalhadoras têxtis que pediam diminuição da carga horária, que naquela época era de até 14 horas diárias, de segunda-feira a sábado, chegando a incluir alguns domingos de manhã. Era comum também os filhos das operárias, ainda crianças, comporem os quadros de empregados das indústrias, pois o trabalho infantil não era proibido e creches não eram um direito das mães trabalhadoras.

“Em 8 de março de 1857, em Nova York, as operárias têxteis entraram em greve pedindo a redução da jornada de trabalho de 16 para 10 horas por dia e recebendo menos que um terço do salário dos homens. Parte das grevistas foi trancada no galpão e a fábrica foi incendiada. 130 delas foram carbonizadas”, explica a cientista política Lucia Avelar, professora da Universidade de Brasília.

A versão mais aceita diz que, segundo Eva Blay, em 1910, a militante Clara Zetkin propôs a criação de um Dia Internacional da Mulher, sem definir uma data precisa, no II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhagem.

Para Blay, nenhuma das versões de incêndio foram usadas por Zetkin como motivação, uma vez que, mesmo na versão mais conhecida do incêndio, teria acontecido um ano após a militante propor a data como uma data de luta.

A alemã Clara Zetkin era membro do Partido Comunista Alemão e militante operária das causas das trabalhadoras mulheres. Em 1891, criou a revista Igualdade, que circulou por 16 anos e era formada por mulheres e voltada às trabalhadoras, e em 1920 chegou a ser deputada na Alemanha, defendendo a participação das mulheres na política e no trabalho. Lutou contra o nazismo, mas, com a ascensão de Hitler em 1933, teve que exilar-se em diversos países, escolhendo morar, por fim, na URSS. Morreu naquele mesmo ano, em Moscou.

A proposta de um Dia Internacional da Mulher por Zetkin estabelecia que a data seria um dia de mobilizações de mulheres trabalhadoras em todo o mundo, que abordariam tanto a pauta da questão das mulheres no trabalho, como lutariam pelo sufrágio, o direito ao voto feminino.

Diversas manifestações de trabalhadoras na Europa se seguiram desde a proposta da criação do Dia Internacional da Mulher. Segundo Blay, a manifestação mais famosa aconteceu em 8 de março de 1917, quando operárias russas do setor de tecelagem entraram em greve e pediram apoio aos metalúrgicos.

Essa greve de mulheres teria sido reconhecida por Trotsky como o primeiro momento da Revolução de Outubro, que resultou na Revolução Russa de 1917.

Em 1975, a ONU oficializou o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher por meio de um decreto.

A exploração das mulheres e a formação do capitalismo

Segundo especialistas, a divisão sexual do trabalho, desde sempre, teve uma função social que ultrapassa os fatores econômicos e trabalhistas: garantir a dominação dos homens na sociedade.

Para a cientista política Flávia Biroli, professora da Universidade de Brasília, a importância de se associar o 8 de março às lutas de trabalhadoras contra seus patrões é a de reconhecer que o capitalismo industrial foi estruturado sobre a subordinação das mulheres.

“A desvalorização do trabalho das mulheres e o controle sobre elas tanto no âmbito familiar quando no público, isto é, na política e no trabalho, são elementos organizadores do capitalismo industrial e permanecem fundamentais para se explicar as conexões entre gênero, trabalho e desigualdades hoje”, afirma Birolli.

O trabalho e a mulher

A socióloga Rios explica que desde a sua origem, o movimento feminista foi organizado sobre três pontos sociais, sendo um deles relacionado à situação de exploração da mulher no mercado de trabalho.

“O movimento feminista sempre esteve fortemente envolvido com o tema da igualdade. Isto é, igualdade nos direitos políticos (direito ao voto), direitos civis (ao divórcio) e direitos sociais (igualdade no mercado de trabalho, como direito à equidade salarial)”, pontua Rios.

A socióloga afirma que, apesar de intelectuais, acadêmicas e até burguesas integrarem o início da mobilização de mulheres no mundo, a situação de desigualdade salarial entre operários homens e mulheres foi um dos principais motores para o movimento feminista no início do século 20.

Mais que isso, o tema da mulher e o trabalho é tão antigo que aparece um século antes das lutas que resultaram no 8 de março. “A divisão sexual do trabalho pode ser encontrada como problema nas precursoras no século 18, como Mary Wolstonecraft. Mas é entre intelectuais socialistas como Clara Zetkin e, mais tarde, Alexandra Kollontai, que essa crítica passou a abranger as relações de classe”, explica Biroli. Mary Wolstonecraft foi uma escritora inglesa nascida em 1759. Ela é considerada a fundadora do feminismo no mundo por causa da sua obra “Reivindicação dos direitos das mulheres”, publicada em 1792.

A cientista política Avelar ressalta, contudo, que as feministas operárias e trabalhadoras sofreram grandes injustiças por não serem consideradas intelectuais ou por não pertencerem a classes sociais privilegiadas.

“O sufrágio foi uma pauta unificadora desses movimentos, mas os temas relacionados às condições de trabalho e de proteção social, eram prioridade das mulheres trabalhadoras e sindicalizadas”.

Para Avelar, a mulher da periferia, assim como a trabalhadora das camadas mais pobres e marginalizadas, ainda são as mais silenciadas e as menos favorecidas.

“As divisões de classe social, de raça e etnia, separam as mulheres em suas condições objetivas de vida”, explica. “Existe a convicção de que os movimentos feministas e as organizações sindicais caminham juntos, o que é não é completamente verdade. Mas se não fosse a adesão de mulheres de classe média, secundaristas e universitárias às causas das mulheres de periferia, questões como creches, custo de vida, saúde reprodutiva, jamais ganhariam força e visibilidade.”

SOBRE @ AUTOR@: LAIS MODELLI

Lais Modelli Laís é ativista, jornalista e mestre em Comunicação Midiática, especializada em feminismo e cibercultura. É criadora da página Nem Uma Mulher Mais e escreve grandes reportagens sobre gênero e política para a revista Caros Amigos desde 2012. Foi correspondente internacional no México e tem muito apreço pela história das mulheres latinas. Sonha em ser escritora um dia.

Março 9, 2017 Posted by | jornalismo | , , | Deixe um comentário

CEU de Maricá divulga programação de atividades

Fonte: Prefeitura Municipal de Maricá

Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU) Marco Antônio Cardoso Siqueira: Programação semanal inclui teatro, ballet, jazz, contação de histórias, aulas de reforço e artesanato, nos turnos manhã e tarde

Imagem da fachada do Centro de Artes e Esportes Unificados Atividades esportivas são oferecidas gratuitamente no CEU, na Mumbuca – Foto: Michel Monteiro

O Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU) Marco Antônio Cardoso Siqueira, localizado na Mumbuca, da Secretaria de Cultura, está promovendo uma série de atividades para pessoas de diversas idades. A programação semanal é permanente e inclui teatro, ballet, jazz, contação de histórias, aulas de reforço e artesanato, com aulas nos turnos da manhã e tarde.

Confira abaixo a relação:

Segunda-feira

Ballet clássico – Profa. Dayanna – 6 a 9 anos – 15h às 16h (turma fechada)

Ballet clássico iniciante – Profa. Dayanna – 6 a 9 anos – 16h às 17h

Ballet Moderno/Contemporâneo – Prof Leandro – a partir 13 anos de  – 17h às 19h

Terça-feira

Ballet Clássico – Profa. Dayanna – 6 a 9 anos – 9h às 10h (turma fechada)

Ballet clássico iniciante – Prof Dayanna – a partir de 06 a 09 anos 10h as 11h

Ballet iniciante – Prof Leandro – 8 a 12 anos – 14h às 15h

Ballet Intermediário – Prof Leandro – 8 a 12 anos – 15h às 16h (turma Fechada)

Jazz intermediário – Prof Leandro – 8 a 12 anos – 16h às 17h

Ballet adulto Intermediário – Prof Leandro – 17h às 18h

Jazz adulto intermediário – Prof. Leandro – 18h30 às 19h30

Quarta-feira

Maquiagem – Prof Lunah – a partir de 14 anos – 13h às 14h

Ballet clássico – Profa Dayanna – 6 a 9 anos – 15h às 16h (turma fechada)

Ballet clássico iniciante – Profa. Dayanna – de 6 a 9 anos 16h às 17h

Teatro Infantil – Prof Washington – 8 a 13 anos – 17h às 19h

Quinta-feira

Ballet clássico – Prof Dayanna – 6 a 9 anos – 9h às 10h (turma fechada)

Ballet clássico iniciante – Prof Dayanna – a partir de 6 a 9 anos 10h às 11h

Ballet iniciante – Prof Leandro – 8 a 12 anos – 14h às 15h

Maquiagem –  Prof Lunah  –  a partir de 14 anos – 11h às 12h

Ballet Intermediário – Prof Leandro – 8 a 12 anos – 15h às 16h (turma Fechada)

Jazz intermediário – Prof. Leandro – 8 a 12 anos – 16h às 17h

Ballet Intermediário – Prof. Leandro – a partir 13 anos – 17h às 18h

Ballet Juvenil – Prof. Leandro – 10h às 11h – 10 a 12 anos

Sexta-feira

Ballet Clássico Iniciante – Prof. Leandro –  a partir 12 anos – 15h às 16h

Jazz iniciante – Prof. Leandro – a partir 12 anos – 16h às 17h

Ballet moderno/contemporâneo – Prof. Leandro – a partir de 13 anos – 17h às 19h

Teatro juvenil – Prof. Washington – 14 a 17 anos – 18h30 às 20h30

Teatro Adulto – Prof. Washington – a partir de 18 anos – 20h30 às 22h30

Outras atividades

Pintura em tecido – Profº Míriam – a partir 10 anos –  19h às 21h  –  (segunda-feira)

Contação de Histórias (Biblioteca)  – Bruno Marçal – a partir de 12 anos – 18h às 19h30 (quarta-feira)

Aula de reforço – Profa. Carolina – 3º ao 5º (Ensino Fundamental I), 6º ano (Ensino Fundamental II – Exceto Matemática) – 9h às 10h e 10h às 11h/ 13h às 14h, 14h às 15h e 15h às 16h – (somente quarta e sexta)

Pet apliquet – Profª Miriam – a partir 14 anos –  (quarta-feira, de 9h às 11h, e quinta-feira, de 14h às 16)

Aula de reforço – Profa. Carolina – 3º ao 5º (Ensino Fundamental I), 6º ano (Ensino Fundamental II –– Exceto Matemática) – 9h às 10h e 10h às 11h/13h às 14h, 14h às 15h e 15h às 16h (terça-feira)

Pintura em tecido – Profa. Míriam – a partir 10 anos –  9h às 11h e 14h às 16h  (terça e sexta-feira).

De segunda à quinta:

Desenho Artístico – Profa. Marlon – a partir 7 anos – 9h30 às 10h30h e 10h30 as 11h30/ 14h às 15h  e 15h às 16h.

Para se inscrever, as pessoas devem levar cópia de Identidade, CPF e comprovante de residência. As inscrições, que são gratuitas, estão sendo feitas no local, das 9h às 17h. O Centro de Artes e Esportes Unificados Marco Antônio Cardoso Siqueira (CEU), fica na Rodovia Amaral Peixoto, s/n. Km. 27,5, Mumbuca. Tel: 2637-2713.

Março 9, 2017 Posted by | arte, artesanato, cultura, Dança, esportes, jornalismo, Lazer, Maricá, projeto cultural, Teatro | , , , | Deixe um comentário

Zeidan participa do Encontro de Parlamentares do PT Contra o Desmonte da Previdência

Encontro está sendo transmitido ao Vivo agora pelo facebook do PT Câmara Federal e do PT Senado Federal

Zeidan Contra o Desmonte da Previdência Deputada Estadual Zeidan anunciou o início do encontro. Na mesa, presidente Nacional do PT Rui Falcão,  Líder do PT Deputado Federal Carlos Zaratini, Senadora Gleise Hoffman e Senador Humberto Costa, Deputados Federais José Guimarães e Décio Lima

Deputada Estadual Zeidan Contra o Desmonte da Previdência Na rede social Zeidan postou: “Dando início aqui em Brasília ao nosso Encontro de Parlamentares do PT Contra o Desmonte da Previdência. Esse governo golpista quer impor as regras que faça com que o povo tenha que recorrer a uma das grifes de banqueiros e da previdência privada! As mulheres trabalhadoras e mães ontem ganharam as ruas nessa luta contra essa reforma em nossa CLT e na Previdência! Estou aqui como Líder da Bancada Estadual do PT/RJ e quero junto com a CUT e a OAB convocar um seminário como esse em nosso Estado. Na mesa nosso presidente Rui Falcão, nosso Líder do PT Federal Carlos Zaratini, senadora Gleise Hoffman e senador Humberto Costa, deputados federais José Guimarães e Decio Lima. Nossas mobilizações de ontem no dia 8 de marcos foi um pontapé importante nessa luta! Dissemos NÃO a essa reforma da Previdência!! Deputada Zeidan                       
Nosso Encontro está sendo transmitido ao Vivo agora pelo facebook do PT Câmara Federal e do PT Senado Federal. Abcs  Deputada Zeidan

Março 9, 2017 Posted by | jornalismo, política | , , | Deixe um comentário